Cibele Alves de Carvalho, presidente do CRM-MG, se manifestou ontem, 30 de março, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que investiga os fura-filas da vacinação contra a COVID-19 no Estado.

A presidente do Conselho afirmou que nem todos os trabalhadores da linha de frente no atendimento a pacientes com Covid-19 foram vacinados em Minas Gerais, e que a pior situação em imunização é a de Belo Horizonte. Por reiteradas vezes destacou a falta de clareza na definição de procedimentos para a vacinação.

A falta de coordenação geral para a imunização e as dificuldades para que o órgão obtenha informações sobre o cenário atual também foram apontados por Cibele Carvalho, que frisou que há em Belo Horizonte pouco mais de 20 mil médicos, dos quais apenas 60% foram vacinados até o último sábado.

Durante seu depoimento Cibele Carvalho ainda disse ter levado ao conhecimento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) toda a situação de atrasos e de falta de transparência quanto a datas e prioridades na vacinação, tendo  relatado ao MPMG o fato de que médicos afastados por idade de risco ou comorbidades não puderam voltar ao trabalho, mesmo num cenário de grande demanda por atendimento, porque não tinham ainda recebido a vacina em 19 de fevereiro, quando teria havido a vacinação de servidores administrativos da SES. 

A presidente afirmou que “apesar de todos falarem que seguem o Plano Nacional de Vacinação (PNI), a gente vê uma certa diferença na prioridade dada aos trabalhadores de saúde entre os municípios mineiros”, e concluiu “Não há uma fala única. A situação é muito grave, e se não nos unirmos e tivermos uma linha de conduta, com certeza teremos muito mais mortes do que teríamos”, insistiu a médica, para quem União, Estado e municípios não estão atuando de forma padronizada, provocando confusão e desentendimentos acerca de procedimentos e priorizações.